Carne in vitro

A produção de carne in vitro, em fase de investigação, emerge como uma nova forma de produção cárnica adaptada às exigências dos consumidores. Embora pareça ficção, a produção in vitro pode estar ao alcance dos alimentos, o que se traduz, em poucos anos, num grande avanço no sector alimentar. Um dos principais desenvolvimentos neste âmbito é a criação de novas técnicas com capacidade para produzir músculos recorrendo a células extraídas de animais vivos, que posteriormente são cultivadas in vitro e submetidas a diversos processos tecnológicos.Um dos grandes feitos na área da produção in vitro, não disponível ainda no mercado, é a possibilidade de controlar, de forma muito precisa, a quantidade de gordura na carne, ou seja, a produção adequada de ácidos gordos. Assim é possível obter um alimento mais saudável. Os responsáveis por estas investigações iniciais admitem que o principal objectivo não é só desenvolver uma carne mais saudável, mas também o desenvolvimento de novos sistemas de produção, ou seja, a possibilidade de criar alimentos em laboratório.

Esta tecnologia irá reduzir de forma significativa as doenças transmitidas por alimentos, como a provocada pela Salmonella. Para os investigadores, o risco de contaminação em laboratório é muito menor que nas explorações pecuárias e em outros pontos de produção.

Etapas da produção in vitro

Das distintas linhas de investigação iniciadas, umas centram-se na selecção de células extraídas de animais e outras na produção de músculos aptos para a elaboração de produtos cárnicos. A primeira linha é seguramente mais problemática. Os investigadores utilizam células-mãe adultas e responsáveis pelo crescimento muscular.

Para se obterem as células, em primeiro lugar, é realizada uma biopsia ao animal, um processo que não supõe qualquer dano, pois é muito pouco agressivo. Mediante a utilização de enzimas, são extraídas as células desejadas, que posteriormente são cultivadas para que se multipliquem. A cultura é, frequentemente, soro fetal bovino, com antibióticos e antifúngicos.

Quando as células adquirem dimensões suficientes, são seleccionadas as maiores e soa colocadas numa estrutura onde se começam a formar as fibras musculares, que acabam por formar a totalidade do músculo. Não obstante, o músculo que se obtém é frágil e sem textura. Daí que seja necessário exercitá-lo. Para tal, as fibras musculares são colocadas em pontos de ancoragem, onde é criada tensão muscular natural e se consegue um aumento de proteínas, que passa de 100 mg a 800 mg em poucas semanas. A última fase, ainda em estudo, consiste em adicionar à carne obtida nutrientes essenciais, como ferro e vitaminas.

O reverso da medalha

Cada vez mais, os consumidores querem saber o que comem, de onde vem e como é produzido. Os investigadores sabem que haverá pessoas reticentes relativamente a esta técnica. Porém, acreditam que será uma questão de tempo.

Os opositores à carne in vitro referem que se desconhecem os efeitos secundários de todas as etapas de elaboração e que a produção desta carne em grande escala não é economicamente rentável. É aí que reside a controvérsia.

Fonte: Site da Qualfood por Consuma Seguridad

Sobre ODI/PR Agroalimentar

Observatório de Desenvolvimento Industrial da Federação das Indústrias do Estado do Paraná
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